A tão importante etiqueta social.

O que devemos saber para estar dentro das regras e não passar vergonha.

O conceito da etiqueta, que na realidade é um sistema de regras convencionais que regulam o comportamento social, é aceito em diferentes ocasiões, baseando-se no trato de formalidades em momentos cerimoniais ou na convivência comum, um costume que ganhou força na corte francesa de Luís XIV.

História

Existem registros indicando que desde a era dos faraós egípcios até o Império Romano os poderosos exigiam regras de tratamento que os diferenciassem dos escravos e dos pobres. Além disso, os esforços humanos de interagir melhor com outros levou a desenvolver formas de algumas práticas para todos os aspectos de nossas vidas. Habilidades sociais e boas maneiras foram criadas para que as sociedades cooperassem e sobrevivessem com respeito.  A etimologia desta palavra francesa literalmente significa cartão e refere-se ao costume da monarquia francesa de criar regras cerimoniais para os membros da corte. O cartão indicava o dress code adequado, comportamento esperado e instruções do jantar para todos que frequentavam a corte quando era comum “etiquetar” (identificar) os visitantes de acordo com o sobrenome e o título de nobreza. Há também os que defendem que “étiquette”, em francês, vem de “ethos” (“ética”, em grego) – um sinônimo de respeito e reflexão sobre os pequenos atos cotidianos.

Registros históricos apontam que a etiqueta social surgiu na França do século XVII, quando o rei Luís XIV, conhecido como “o Rei-Sol”, resolveu distribuir bilhetes (étiquettes) para os nobres da corte, ensinando-os a agir entre seus pares, onde e como sentar e comer.
Na época de Luís XIV, os aristocratas pisoteavam e urinavam no jardim, entre outros comportamentos que o desagradavam. Para evitar essas ações foram estabelecidos sinais, ou étiquettes. Os duques e duquesas simplesmente ignoravam os avisos.
Finalmente, o próprio rei precisou decretar que ninguém passasse dos limites das étiquettes, e assim foi. Posteriormente, o significado das regras de etiqueta se expandiu para incluir as funções da corte, listando as regras de onde ficar e o que fazer.

Aquele que recebe amigos e não dá atenção à refeição preparada para eles, não é digno de ter amigos.

Durante o século XVII, na França, as boas maneiras tornaram-se uma questão política. O rei Luís XIV e seus predecessores, reunindo a nobreza da França para viver com o soberano em Versalhes, instituíram uma espécie de escola de boas maneiras. No palácio os cortesãos viviam sob a vigilância despótica do rei, e de seu bom comportamento, deferência e observância da etiqueta dependiam todas as suas carreiras. Se você desagradasse um Louis, ele simplesmente “não o veria” no dia seguinte; seu olhar passaria por você enquanto ele examinava as pessoas diante dele. E não ser “visto” pelo rei era deixar de contar, em Versalhes.

Em um contexto europeu em que a sociedade de cortes estava em seu ápice, principalmente na França, na Alemanha, na Itália e na Inglaterra, a história da etiqueta está relacionada ao processo civilizatório ao qual se refere Nobert Elias em seu livro intitulado “O processo civilizador”. Elias traça uma linha dos diferentes processos que se deram no decorrer da história europeia em que surge a ideia de civilidade ou a busca pelo sujeito civilizado e o afastamento do que era considerado como barbárie. Em seu livro, Elias atribui a Erasmo de Rotterdam a autoria do significado da ideia de civilidade, que foi primeiro tratada no livro “Da civilidade em crianças”, que abordava os modos de comportamento a serem passados na educação infantil.

Mas foi só no século 15, durante a Renascença, que as regras foram colocadas em prática para separar os nobres “legítimos” dos recém-enriquecidos burgueses.

Na Itália Renascentista (século XIV a XVI) a sociedade já demonstrava interesse por comportamento. Enquanto a obra de Baldassare Castiglione, no livro Il Cortegiano ou o livro do cortesão, um livro de cortesia que trata de questões de etiqueta e moralidade do cortesão que escreveu para os nobres da corte. Já Giovanni della Casa não fez distinção e escreveu para que todos tivessem conhecimento, em sua obra  Il Galateo overo de’ costumi ou Galateo: As regras de comportamento educado (1558), ele explicou por exemplo que uma pessoa não deveria se embebedar, assoar o nariz no guardanapo, mastigar com barulho, colocar o nariz no copo de outra pessoa, não falar de algo sujo mesmo que fosse divertido. Tais comportamentos, permanecem não apropriados ainda em nosso tempo.

Corte renascentista

Acredita-se que no caso das boas maneiras à mesa, por exemplo, o foco central era sobreviver. Por isso, os utensílios para alimentação surgiram por necessidade, não moda. Quando começou-se a usar fogo para cozinhar, os dedos começaram a queimar! A solução foi usar gravetos, conchas, ossos de animais e o que quer que estivesse à mão para trazer o alimento à boca. Estes utensílios, claro, não duravam muito e foram substituídos pelo cobre e outros materiais. Apesar de existirem evidências de que os garfos eram usados durante o período inicial da história e durante o Império Romano, a Idade das Trevas (idade Média) na Europa trouxe muitas mudanças, inclusive o abandono dos garfos e colheres para comer. Ao invés disso eram usadas facas de dois gumes e as mãos. Porém, os garfos continuaram sendo usados no Oriente Médio e na África. Os hashis já eram encontrados nas culturas asiáticas. Sopas e caldos eram levados diretamente à boca por meio de tigelas. Além disso, enquanto se comia, o mindinho ficava esticado para ficar longe de comidas gordurosas, sendo assim usado para ser mergulhado em molhos.

Em 1533, Catherine de Medici da Itália trouxe várias dúzias de garfos quando chegou à França para se casar com Henry XI. Ela foi a primeira a usar garfos na Europa Ocidental. Considerada uma esquisitice de início, o garfo aos poucos tornou-se popular na corte europeia. Utensílios de prata de todo o tipo, com talheres inspirados na China foram criados para os ricos.

Algumas curiosidades

Boca santa
Na antiguidade, o sommelière provava todos os alimentos da realeza para checar se não havia veneno. O título vem da palavra em provençal antigo para “encarregado” – aquele que despachava mercadorias. Hoje, está mais ligado aos vinhos. Ele deve servir primeiro as mulheres e depois os homens, a partir do mais velho. Quem escolhe o vinho é sempre o último.

Cura canhoto
Os talheres ficam enfileirados – garfos à esquerda e facas à direita. Se há vários deles, é sinal de que a refeição terá muitas fases (entrada, prato principal, etc.). Comece a usá-los de fora para dentro, em relação ao prato. O costume surgiu como forma de obrigar todos a serem destros, já que, até o século 19, o canhoto não era bem-visto pela sociedade.

A forma define a função
A fileira de copos à mesa surgiu no início do século XX com uma família de vidreiros, a Riedel. Eles aperfeiçoaram seus produtos segundo certas características. As taças menores mantêm o frescor de líquidos frios, por exemplo. Nos copos de fundo curvo, dá para sentir melhor os aromas, já que a bebida cai com mais leveza e preenche a taça em circunferência.

Em pratos limpos
Uso de diferentes louças é um hábito russo sendo servido com um prato por vez. A ideia foi consolidada pelo grande cozinheiro Carême, em 1833, servidor dos imperadores e até de Napoleão. Confira os diferentes tipos de louças:
1- De pão: também conhecido como prato de manteiga ou sobremesa, é nele que se serve o pão.
2- Sousplat: grande e raso, para proteção e decoração.
3- Raso: para a refeição principal (carnes, peixes, massas e saladas).
4- Fundo: para sopas e massas recheadas com molho.

A etiqueta hoje.

Apesar do tempo as normas de etiquetas foram mudando e até se flexibilizando, mas ainda temos diversas regrinhas que nos ajudam e devemos saber para não passar por algum tipo de constrangimento.

Vamos a elas:

Etiquetas ao brindar
Nunca bater no copo com um talher para iniciar o brinde: lembra-se da famosa cena protagonizada por Anne Hathaway no filme “Diário da Princesa?” quando durante o “jantar de estado” a princesa tenta apelar à atenção dos convidados para ser realizado um brinde batendo com a faca na flute de cristal. O resultado, tal como poderá imaginar, não foi particularmente feliz pois não é considerado educado bater com um talher no copo para pedir silêncio antes de propor um brinde.

Quando houver um anfitrião no evento é de bom tom pedir sua permissão para fazer um brinde e deixar que ele faça um primeiro discurso seguido do brinde. Quem propõe o brinde deve sempre estar de pé.

Em situações formais, é suficiente erguer o copo após as palavras de quem propôs o brinde. 
Ao oferecer um brinde é importante se certificar que todos estão com seus copos servidos e deve lembrar-se sempre de que as taças de vinho devem ser seguradas através da haste, mesmo porque além de ser deselegante, mostrará a sua pouca aptidão com o manejo dela, e obviamente a bebida também acabaria por ser aquecida com o contacto das mãos.

Familia real holandesa © Gtresonline

De resto, o brinde deve corresponder sempre ao tipo de círculos sociais e de anfitrião. Por favor, se estiver com o seu chefe e ele brindar com um “saúde, senhores”, nunca, mas nunca, responda com aquela brincadeira “arriba, abajo, al centro… ADENTRO!”.

Se houver um homenageado no brinde, ele não deve se levantar durante o brinde e deve ser o último a beber. Após todos beberem, a etiqueta diz que o homenageado deve levantar e apenas agradecer, sem discursos. Quem propuser o brinde, deve antes proferir algumas palavras de saudação, justificando o ato.

Não se deve complementar o discurso de brinde de uma pessoa. Se você quer dizer algo, o correto é que após o brinde ser realizado você proponha um outro brinde.

Outra coisa que as pessoas fazem errado na hora de um brinde é não manter contato visual com a pessoa homenageada. Segundo as regras de etiqueta, você pode ser considerado rude se não fizer isso, ao brindar olhe para a pessoa com quem está brindando! Simples assim.

Não beber em sua honra, o brinde é em sua honra? Mantenha-se sentado, não toque no seu cálice, flute ou taça e JAMAIS beba em sua honra! Não devemos ser “advogados em causa própria”, recorda-se? No final, retribua o brinde e delicie os restantes convidados com o domínio perfeito da arte de saber estar.

Jamais beber antes de brindar se não quiser ser considerado “o convidado mais rude dos últimos tempos”, por favor não beba antes de ter sido efetuado o brinde!

Uma vez que foi feito o brinde é obrigatório beber, nem que seja só um pouquinho. Jamais coloque o copo de volta à mesa sem beber. 
Brindar com o copo vazio é sinônimo de azar, má sorte. Tal como é considerado “sinal de azar”, na tradição europeia, brindar com água.
Jamais deverá colocar a flute, taça ou cálice diretamente na mesa sem ter encostado, previamente, os lábios.

Mas se por motivos pessoais ou religiosos não consumir bebidas alcoólicas, brinde com refrigerante, água, suco, mas brinde e erga o copo do brinde e encoste os lábios.

Obviamente nunca tome a bebida estando com a boca cheia e sem antes limpar os lábios com o guardanapo.

Tal como servir o vinho com a mão esquerda, brindar com a mão esquerda é sinônimo de falsidade. Lembre-se que a mão direita era a mão que empunhava a espada. Portanto, se todos os convidados tivessem a mão direita erguida durante o brinde, todos estariam “em paz” não esperando um “ataque” surpresa por parte de algum dos convidados.

Tim-tim: tocar os cálices, flutes ou taças entre si para brindar? Não, never, jamais! De pé, deverá erguer o seu cálice, flute ou taça participando do brinde.

Já nas reuniões íntimas, podemos encostar o nosso copo suavemente no copo das pessoas mais próximas, sem bater. Também é permitido dizer tim-tim.

E, aproveitando que estamos tratando do brinde, vale lembrar de que não se enche o copo até a borda!

Etiqueta à mesa: Aqui vão algumas dicas para fazer bonito num jantar elegante.

Antes do evento
RSVP
– Literalmente significa répondez s’il vous plaît, ou por favor responda. Portanto, informe seu anfitrião ou anfitriã em até 24 horas após o recebimento do convite; 72 horas se você tiver um motivo legítimo para atrasar (viagens ou emergências familiares) sua resposta. Obviamente, uma resposta atrasada é sempre melhor do que nenhuma resposta, pois sim ou não é esperado.

Se você for convidado para jantar com alguém, é sempre bom confirmar a sua presença, mesmo quando a confirmação não for solicitada. Isto facilita no planejamento. Não pergunte se você pode levar alguém caso o convite não ofereça. No entanto, se a sua família é convidada para jantar na casa de alguém, tudo bem perguntar se seus filhos estão inclusos, nunca presuma que seus filhos foram convidados. Contrate os serviços de uma babá se for participar do evento. Você, sua anfitriã e seus filhos vão agradecer.

Embora seja rude perguntar quem mais foi convidado, talvez você tenha sido convidado por e-mail ou por um serviço de internet como Facebook ou Invite eletrônico. Se assim for, reserve um momento para olhar a lista de convidados. Isso permitirá que você determine se esta é uma ocasião para reunir amigos ou se será um evento mais voltado para os negócios. Lembre-se da lista de convidados durante a semana que antecede o evento. Tome nota das informações atuais de interesse potencial para o grupo que você pode trazer na conversa.

Se você tiver alergias ou restrições alimentares, indique-as ao responder, pois é rude solicitar alterações no menu depois de se sentar.
A menos que você enfrente uma emergência familiar ou pessoal ou seja chamado para se ausentar da cidade por causa do trabalho, compareça ao jantar se tiver indicado que o fará. Se tal emergência surgir, informe seu anfitrião o mais rápido possível, para que ele não se preocupe com sua segurança.

Agora se você informou ao seu anfitrião que não comparecerá, mas seus planos mudaram, não é apropriado perguntar ao anfitrião se o convite ainda está aberto, só se você tiver MUITA intimidade com ele.

Levar um presente
Compre um presente para o anfitrião ou a anfitriã, como flores, vinho ou algo especial, mas não espere que o presente seja compartilhado ou usado no evento. No Japão, os presentes devem sempre acompanhar o convidado e ser entregues ao anfitrião com as duas mãos, de preferência com a sacola onde comprou o presente embaixo do presente.

Conheça o contexto do evento
Ao conhecer o contexto, você também terá uma boa ideia sobre o que vestir. Nos meses de verão, os jeans podem estar muito quentes. Portanto, considere um seersucker por exemplo e até pode tirar a gravata e pronto, elegantemente casual.

Durante o evento
O dilema do celular – Todas as experiências gastronômicas com outras pessoas são eventos sociais onde a comida é servida. O foco deve estar sempre na conversa. Portanto, desligue ou coloque em modo silencioso caso tenha alguma preocupação de receber uma chamada de emergência. Entenda como emergências alguém que esteja doente sendo internado ou morrendo e não uma chamada do chefe, da mãe ou do parceiro(a) ciumento, nesse caso peça licença para atender a chamada e tente ir para outro cômodo. 
E é claro, não o use de jeito nenhum, pois isso implica que você está mais interessado no seu aparelho do que nas pessoas ao seu redor.

Não espere comer uma refeição completa. Em festas informais, azeitonas, nozes, pedacinhos de queijo, carnes, crudite e sobremesas do tamanho de um dedo podem ser comidos com as mãos. Certifique-se de pegar um guardanapo e nunca lamber os dedos, o que seria uma gafe.

Se utensílios ou garfos forem fornecidos, use-os mesmo que a comida seja “finger food” ou tente sempre usar a mão esquerda para pegar as comidas já que as regras de civilidade no Ocidente exigem que apertemos a mão de pessoas que acabamos de conhecer ou que não vemos há muito tempo. Quem gostaria de apertar a mão com suco de azeitona, gordura de porco e sal por cima?

Algumas recepções são mais informais, nesse caso o anfitrião deverá informar aos convidados onde sentar ou solicitará que eles determinem onde sentar por conta própria. As boas maneiras à mesa o proíbem de apenas sentar-se como bem entender. Se você não conseguir ver um cartão de lugar, espere por uma pista do anfitrião.
As recepções formais têm marcadores de lugar onde o anfitrião quer que você sente.

Você também pode encontrar sobre o prato ou no guardanapo.
Não rasgue o menu, cardápio do que será servido, guarde na bolsa ou paletó ou deixe-o na mesa ao lado do prato de pão.

Tradicionalmente, em um jantar formal, o anfitrião senta-se à cabeceira da mesa com a anfitriã na outra ponta. Isso funciona sempre que houver seis, dez, quatorze ou dezoito pessoas. Maridos e esposas nunca se sentam um ao lado do outro. Se o convidado de honra for uma mulher, ela se sentará à direita do anfitrião e seu marido à direita da anfitriã. A segunda mulher mais importante está sentada em frente ao Convidado de Honra, à esquerda do Anfitrião, e seu marido está sentado à esquerda da anfitriã. Os convidados restantes estão sentados no meio, alternando entre convidados masculinos e femininos.

Ao sentar-se à mesa, uma postura confortável não é incompatível com uma atitude digna. Os ombros não devem ser jogados muito para trás, nem devem cair para a frente. É esta última postura que produz a inclinação dos braços sugestiva da ideia de ‘todos os cotovelos’ que algumas pessoas têm de si mesmas.

Para ser justo, a palavra “importante” pode ser relativa a muitas situações e culturas diferentes. A idade pode ser um fator, especialmente se não houver convidado de honra. Dar ao membro mais velho de um grupo, ou às pessoas que percorreram a maior distância até o jantar, lugares especiais na disposição dos assentos seria uma honra. Acomodações especiais também podem ser feitas para pessoas em cadeiras de rodas ou usando andador ou bengala. Os convidados tomam nota de tais assuntos e, sem dúvida, apreciarão os gestos gentis das partes dos anfitriões e anfitriãs.

Quando o grupo de pessoas for divisível por quatro, não é possível que a anfitriã se sente na ponta da mesa. Neste caso, a anfitriã muda-se para a esquerda, com o homem à sua direita sentado na ponta da mesa, em frente ao anfitrião. Isso manterá a tradição de sentar os convidados alternadamente, homem, mulher, homem, mulher, etc. Novamente, maridos e esposas nunca se sentam um ao lado do outro.

Assentos de mesa formais para grupos divisíveis por quatro.

Para um jantar informal, o sistema mais fácil é alternar entre convidados do sexo masculino e feminino, com o anfitrião e a anfitriã em cada extremidade da mesa.  Espere que o anfitrião se sente, então o faça.

Quando começar a comer?

Em um jantar informal, a alimentação começa quando a anfitriã pega o garfo, a menos que ela tenha instruído os convidados a iniciarem sem ela.
Se um anfitrião decidir dar graças, aceite o gesto pelo que é, mas não se ofereça para dizer graças porque você é o convidado. Se você é um descrente, apenas fique quieto.
O anfitrião gastou muito tempo e gastos para preparar a comida que deseja compartilhar com você. No mínimo, você pode respeitar seus rituais e etiqueta à mesa.
Se o anfitrião fizer um brinde espero que você tenha lido o que escrevemos anteriormente sobre esse ato!
Só comece a comer quando todos estiverem servidos. Esperar que todos tenham se servido antes de começar a comer, é uma questão de respeito. Se a ocasião for em um restaurante você já pode ter mais liberdade para iniciar, pois é possível que o ato de servir a todos leve um pouco mais de tempo, e algumas comidas são bem mais apreciadas se bem quentes.

O guardanapo
Coloque o guardanapo logo após sentar. O objetivo do guardanapo é limpar a comida da boca. A menos que alguém receba explicitamente um babador para colocar em volta do peito, o guardanapo nunca vai para o peito. Mantenha o guardanapo no colo até terminar de comer.
Se precisar limpar a boca, enrole uma parte do guardanapo em volta do dedo indicador e remova o artigo ofensivo. Usar uma grande porção do guardanapo torna mais difícil usá-lo novamente, se necessário.
Tente não sair da mesa no meio da refeição. Se for preciso, desculpe-se e peça licença e ao se levantar a qualquer momento e planeja retornar, coloque o guardanapo na cadeira ou posicione-o à esquerda do prato.
Após finalizar a refeição, coloque o guardanapo à direita do seu prato, não é preciso dobrá-lo.
Quando terminar, coloque o guardanapo graciosamente sobre a mesa de preferência, nesse caso, à direita do prato jamais o coloque em cima do prato, o que seria uma gafe à mesa.

Utensílios e copos
Uma das questões que mais confundem é: qual talher usar para cada prato?
Em um ambiente informal, você pode não ser confrontado com vários utensílios. Sua refeição pode não exigir mais do que um único garfo e faca. No entanto, mesmo em um jantar informal, seu anfitrião pode colocar vários utensílios em seu lugar. 
Uma regra básica é começar com o talher que está mais distante do prato e ir se aproximando.
Um garfo de salada na extremidade esquerda, seguido pelo garfo de jantar, etc. Quando não tiver certeza, espere para ver o que os outros farão, especialmente seu anfitrião. Um atraso de dois segundos, veja só de dois segundos!, não deverá será percebido pelos outros, isso deve dar a você tempo suficiente para determinar qual utensílio usar.

No caso de você se deparar com o famoso hashi, aqueles “pauzinhos japoneses”, se estiver em um restaurante, sempre pode pedir garfo e faca, mas quando encontrar apenas o hashi em um ambiente privado, você deve usá-lo, a menos que realmente não tenha ideia de como usá-los. No entanto, é aconselhável praticar em casa, para que você nunca seja surpreendido.

E durante a refeição são várias regras que devemos seguir.

Passando pratos de comida e servindo.
Se no evento não tiver profissionais que executam o ato de servir você deve passar a comida da esquerda para a direita. 
Não se estique sobre a mesa, cruzando com outros convidados, para alcançar alimentos ou condimentos.
Se outro convidado pedir sal ou pimenta, passe os dois shakers juntos, mesmo que tenha pedido apenas um deles. Os convidados do jantar agradecem já que não terão que procurar shakers órfãos.
Se, quando a cesta de pão ou o saleiro e o pimenteiro passarem à sua frente a caminho de outro convidado, não coma. Espere até que o convidado inicial termine e peça que a cesta de pão ou o saleiro sejam devolvidos a você.
Sempre retire a comida, usando o utensílio adequado, longe de você.
Sempre use talheres para servir a si mesmo, jamais use seus talheres pessoais. Certifique-se de que todos tiveram a oportunidade de passar por cada prato de servir e de ter sua seleção de jantar em seu prato. 

Como comer corretamente
Lembre-se, um jantar informal é um evento social com comida. 
Seu foco está sempre nos outros. 
Espere que seu anfitrião comece e modere seu ritmo de alimentação com o dele.
Prove a sua comida antes de adicionar sal, pimenta ou outro tempero. Fazer o contrário pode ser um insulto ao anfitrião.
Algumas comidas são feitas para ser seguradas com os dedos. Siga o anfitrião.
Quanto à quantidade de comida a se servir pegue uma porção pequena a moderada – você não é o único à mesa e, caso não goste de algo, não precisará comer muito.
Tente comer o máximo possível do seu prato, mesmo que ache o sabor desagradável.
Sempre prove sua comida antes de temperá-la. Fazer isso honra os esforços culinários de seu anfitrião e sugere moderação. Do ponto de vista prático, a comida pode ser temperada ao seu gosto à medida que é servida. Quão confortável você se sentirá se ao temperar a comida antes de prová-la, você fizer um prato muito salgado ou muito apimentado? Tá vendo? A etiqueta e as boas maneiras à mesa também nos ajudam.
Coma pequenas mordidas, um pedaço de cada vez. Não temos muito como especificar esta regra o suficiente, mas George Washington, sim ele mesmo aquele da nota de um dólar, em seu tratado As Regras de Civilidade e Comportamento Decente em Sociedade e Conversação a regra 97 é: Não coloque outro pedaço na boca até que o primeiro seja engolido. Não deixe seus pedaços serem grandes demais para as bochechas.

Pintura de George Washington – Domínio Público via Wikimedia Commons

Tenha sempre em mente que a etiqueta de refeição e jantar é principalmente para deixar os outros confortáveis. A maioria de nós não se sente confortável vendo alguém mastigar uma bola de comida do tamanho de uma bola de golfe ou maior; nem nos sentimos confortáveis em vê-los falar com comida na boca.
Alimentos em geral e carne, em particular, devem ser cortados em pedaços pequenos à medida que são consumidos. Apenas as refeições das crianças são cortadas todas de uma vez. Certifique-se de usar garfo e faca e não apenas o garfo, não importa o que os outros façam. Esteja usando um estilo americano de comer (garfo na mão esquerda, faca na direita, que são trocados após o corte da comida) ou continental (sem troca).
Não se debruce sobre o prato nem use os dedos para mover a comida pelo prato (a menos que comer em uma cultura onde comer com as mãos seja permitido).

Nunca fale com a boca cheia. Mesmo se alguém te perguntar algo, espere para responder.
Não fale alto nem gesticule demais. Utilize os talheres para comer, mas não para gesticular.
Faça o seu melhor para se misturar e ter uma conversa leve com todos. 
Não fale excessivamente alto. 
Dê aos outros oportunidades iguais de conversa.
Mantenha seus cotovelos fora da mesa.
Evite fazer sons digestivos à mesa.
Se você derrubar algo no restaurante, peça a um dos garçons para ajudar.
Se você derrubar algo na casa de alguém, peça desculpa e se ofereça a limpar.
Não empurre o prato.

Jamais, mas jamais mesmo use um palito de dente na mesa, se por acaso tiver recipientes de palitos na mesa, o que é raro hoje em dia, pode pegar um ou dois e vá ao banheiro fazer isso, agora levar com você um fio dental no bolso ou na bolsa é de bom tom para você poder fazer uso dele, sempre no banheiro, é claro, para após a refeição você não ter que correr o risco de ter que conversar com um maravilhoso alface preso nos dentes.

Nada de retocar a maquiagem à mesa, somente no banheiro.

Nunca assoe o nariz à mesa. Peça licença, levante e vá ao banheiro para fazer isso.

Depois que você terminar de comer, coloque o guardanapo ao lado do prato. Se você tiver um descanso para facas, use-o, caso contrário, deixe seus utensílios na posição de descanso das cinco horas, com a serra da faca apontando para dentro e o garfo virado para baixo.
Certifique-se de sempre empurrar a cadeira para trás quando sair da mesa. É um detalhe muitas vezes esquecido, mas faz parte da etiqueta adequada à mesa.

Não vá embora logo após o jantar.
Se não tem planos para depois do jantar, fique por mais uma hora antes de se despedir.
Se o ambiente é informal, entre amigos, você pode oferecer ajuda à anfitriã ou anfitrião.

E por fim temos algumas etiquetas do dia a dia.

Nada de bater palmas em frente ao seu próprio rosto. O jeito certo, para não quebrar nenhuma das regras de etiqueta, é abaixar as mãos até a altura do peito e bater palmas, ligeiramente para a esquerda. E, claro, não faça isso na frente do rosto de outras pessoas.

Para se sentar em um carro tem um jeito certo, sabia? Conforme as regras de etiqueta, para não cometer nenhuma gafe (especialmente no caso das mulheres com saias justas) o jeito correto é se sentar no banco, ainda com as pernas para fora, e só então colocá-las, juntas, para dentro. Isso também evita que você bata a cabeça no teto, ao entrar de qualquer jeito.

Nada de passar manteiga direto no seu pãozinho. Se você quiser seguir as regras de etiqueta, sirva um pouco de manteiga em seu pratinho (sim, espera-se que você esteja usando um pratinho nesse momento) e, só então, passe a manteiga. Isso é mais educado e evita que migalhas fiquem grudadas sobre a manteiga que outras pessoas vão usar.

Nada de usar o dedo indicador para apontar algo ou alguém. Esse é um gesto bastante rude, segundo as regras de etiqueta. Se precisar mostrar alguma coisa, faça um gesto delicado com a mão inteira, de preferência com o pulso para cima.

Tossir sem tapar a boca com a mão é falta de educação, mas usar a mão direita para isso é um dos deslizes que a gente comete com relação às regras de etiqueta sem nem saber. O certo é usar apenas a mão esquerda para esse tipo de atividade menos higiênica, digamos assim, já que a mão direita é a mão usada para o “lado social” da vida, como dar um aperto de mãos, e precisa sempre estar limpa.

Não se deve usar bolsa do lado direito, o correto é usar a bolsa e qualquer outra coisa que você tenha que carregar, do lado esquerdo do corpo. E isso deve acontecer pelo mesmo motivo que já mencionamos aqui que você precisa manter a mão direita limpa pois ela é usada para cumprimentar as pessoas e você não vai poder fazer isso se ela estiver ocupada, segurando a bolsa, por exemplo, ou se esse acessório pender de seu ombro na hora do aperto de mãos.

Jamais devolva os pratinhos e vasilhas vazios, se você recebeu uma torta, um pedaço de bolo ou qualquer outro agrado da vizinha, da mãe, da sogra, do namorado, dos amigos. Na hora de devolver o pratinho, a travessa ou a Tupperware, você PRECISA colocar alguma coisa dentro para devolver a gentileza, mesmo que não seja algo que você tenha feito. Compre um biscoitinho que a pessoa goste ou se arrisque fazendo pelo menos um bolo de massa pronta.

Não segurar xícara com o dedinho para cima. O correto é manter todos os dedos paralelos, empenhados em segurar a asinha da xícara o mais delicadamente possível. Manter o dedo mindinho para cima pode dar a impressão de nojo, o que você, com certeza, não quer transmitir ao seu anfitrião.

Parabenizar a noiva parece a coisa certa a se fazer em um casamento. Mas não é! Não se deve dar os “parabéns” à noiva, somente ao noivo. Isso porque, quando se parabeniza a mulher, segundo as regras de etiqueta, você está insinuando que ela não teve muita escolha na hora de selecionar seus “pretendentes”. É loucura, a gente sabe, mas pelo sim e pelo não, diga apenas “felicidades” para a noiva.

Lembre-se: estas dicas de comportamento são para te ajudar e não restringir!
E pode ser que haja algumas variações dependendo da região em que você está, então preste sempre atenção ao anfitrião para se situar.

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